MEMÓRIA E HISTÓRIA COMO ELEMENTOS FUNDAMENTAIS NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES INDÍGENAS KAIOWA E GUARANI

Fonte: http://www.mestradoeducacao.ucdb.br/projeto21.htm

Professor Responsável: Antônio Brand - COORDENADOR

INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa integra o Programa Kaiowá/Guarani, um Projeto Integrado de Pesquisa/CNPq, com o título Os Kaiowá/Guarani no Mato Grosso do Sul: proposta de pesquisa e desenvolvimento de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida - II, sub-programa Educação indígena diferenciada. O Programa Kaiowá/Guarani, de caráter interdisciplinar e interinstitucional, reúne, desde 1997, uma equipe de pesquisadores e bolsistas de Iniciação Científica da UCDB e é desenvolvido em parceria com a Diocese de Dourados e diversos órgãos públicos. Integram este mesmo sub-programa o projeto A construção do projeto político pedagógico numa escola indígena: um estudo exploratório, de Clacy Zan e, ainda, os projetos de doutorado Interferências lingüísticas e dialéticas em textos escritos em português por crianças falantes nativas do guarani, de Antônio José Filho (UNICAMP/SP) e O papel da escola indígena no contexto atual dos Kaiowá/Guarani, de José Manfrói (UNESP/SP), além do projeto de mestrado O "letrau" ainda é um dos nossos? O impacto da escola entre os Kaiowá/Guarani no Mato Grosso do Sul, de Veronice Lovato Rossato (UCDB/MS).


Contextualização:

Apoiado na experiência com professores indígenas kaiowá/guarani, o projeto de pesquisa centra-se na investigação da história/memória dos Kaiowá e Guarani e a relevância desta história enquanto memória para a formação de professores indígenas, na perspectiva de uma escola diferenciada, conforme preconiza a legislação.

Os Kaiowá e Guarani, até há algumas décadas, ocupavam, ainda, centenas de aldeias, no Mato Grosso do Sul, dispersas em um território bastante amplo, situado entre o rio Apa (Bela Vista), Serra de Maracaju, rio Brilhante, rio Ivinhema, rio Paraná, rio Iguatemi e fronteira com o Paraguai. As primeiras interferências externas recentes em seu território ocorrem durante a Guerra do Paraguai e, especialmente, a partir da década de 1880, quando se instala na região a Cia. Matte Larangeiras , iniciando um processo de ocupação do território por sucessivas frentes não-indígenas. Sendo que o trabalho de exploração da erva, por parte da Cia Matte Larangeiras, não fixou colonos, embora seja responsável pelo deslocamento de inúmeras famílias indígenas, não questionou a posse do território por parte dos Kaiowá/Guarani.

De 1915 a 1928, o Governo Federal demarcou para usufruto dos índios Kaiowá/Guarani um total de oito reservas, perfazendo 18.124 ha. Inicia-se, então, um processo compulsório de confinamento dentro das reservas demarcadas, das diversas aldeias e grupos macrofamiliares, localizados em todo este imenso território . Com a implantação da Colônia Agrícola Nacional , por Getúlio Vargas, a partir de 1943, em pleno território de inúmeras aldeias kaiowá e, a partir de 1950, com a instalação das fazendas de gado, tem-se a ocupação definitiva da totalidade do território tradicional pelas frentes de ocupação não-indígena.

Há profundas diferenças, segundo os depoimentos indígenas, entre o trabalho na colheita da erva mate, de um lado e o engajamento na implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados e nas fazendas de gado, de outro. Há um termo recorrente para caracterizar esta diferença. É o termo esparramar ("sarambipá"). "A Cia não esparramava. Levava o grupo inteiro. Os fazendeiros esparramavam tudo", dizia João Martins. Este conceito expressa com fidelidade a realidade vivida pelos Kaiowá/Guarani durante a fase de implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados e das fazendas de gado. "Quando entrou esses que são nossos contrários, os fazendeiros", diz Rafael Benitez, da aldeia de Takuaraty, "esparramou tudo". O depoimento de Laurentino da Silva, antigo morador da aldeia Botelha Guasu, expressa bem como se deu o processo de esparramo:

"Primeiro entraram na fazenda Califórnia, mediram tudo o mato (...). Fomo no Botelha Guasu, demoramo um pouco, plantamo. Aí já vieram e fizeram de novo mensura (...) igual Califórnia (...) depois que o Karaí [brancos] nos expulsaram, fomos no Jukeri [outra aldeia]. Bom e aí foi de novo agrimensor e mandou embora a gente de novo e aí todos que tinha terra foram expulsos". E continua "...já éramo só nós, trabalhava nas fazenda, fomos trabalhar lá no Tatakua (...) depois (...) perto do Tacuru, depois saímos (..) pro Paraguai". E conclui dizendo que "agora já não faço mais casa", indicando a total provisoriedade dessas famílias, após serem desalojadas de suas aldeias.

A família extensa é a unidade social básica da sociedade kaiowá/guarani, sobre a qual se apóiam seus líderes político-religiosos. Com a dispersão, seus integrantes não encontravam mais as condições necessárias para manterem inúmeras práticas religiosas coletivas, especialmente as relacionadas aos rituais de iniciação dos meninos, kunumi pepy, e de batismo das plantas, avaty kyry. Há, em toda a região, uma única aldeia onde se segue praticando estes rituais, sintomaticamente uma que, embora esteja localizada em apenas 60 hectares de terra e vizinha de um povoado, não passou pelo processo de esparramo, tal como aqui caracterizado.

Porém, passado o auge da atividade de implantação das fazendas de gado e concluído o desmatamento de toda a região, a mão-de-obra indígena passa a ser canalizada para uma outra atividade econômica que se implanta na área: as usinas de produção de açúcar e de álcool. Estas passam a utilizar massivamente a mão-de-obra indígena e, ao contrário do trabalho de implantação das fazendas de gado, que se caracterizava pelo esparramo, o trabalho nas usinas exige a concentração da força de trabalho indígena, sendo que as Reservas passam a constituir-se em reservatórios inesgotáveis de mão-de-obra. O confinamento dentro das Reservas, que atinge seu auge nas décadas de 1980 e 1990, cria uma realidade altamente complexa, onde se destacam problemas novos como a superpopulação, a sobreposição de aldeias e chefias, a restrição na mobilidade geográfica , o gradativo esgotamento dos recursos naturais, entre outros. Estes elementos colocam em cheque antigas práticas e vivências sociais, gerando a necessidade de reordenação do modelo de organização social, tendo em vista absorver esta nova realidade. Na opinião de Vietta (1997: 70), trata-se de "repensar o estatuto das lideranças políticas, as práticas religiosas, a produção econômica, a concepção da família extensa como elemento estruturador, frente a emergência de um novo modelo de organização que se impõe. Ou seja, procurar novos lugares para as coisas, dar significado próprio a nova realidade". Este processo histórico, extremamente desfavorável aos Kaiowá/Guarani, está na base dos inúmeros problemas atualmente vivenciados por eles, destacando-se o intenso consumo de bebidas alcoólicas e o elevado número de suicídios .

E, junto com a perda do território, vieram as escolas e as Igrejas Evangélicas, em especial as Igrejas Neopentecostais, preocupadas em ajudar os índios a viverem, ou melhor, a sobreviverem em um cenário no qual o seu modo de vida e seus saberes historicamente acumulados pelos antepassados tornaram-se supérfluos e imprestáveis. Desta forma, os Kaiowá/Guarani, tornaram-se rapidamente estrangeiros em seu próprio território tradicional.

Essa é uma questão importante, pois, segundo Bosi (1998: 442 - 443), os espaços e a paisagem são fundamentais para o seguimento das tradições e da memória coletiva, pois se estabelece com eles uma "comunicação silenciosa que marca nossas relações mais profundas" Destaca esta autora, o "desenraizamento", como "condição desagregadora da memória", provocando a "espoliação das lembranças". Chauí (apud Bosi, 1998: 19), afirma que a "nossa" sociedade, ocidental e capitalista, "bloqueou os caminhos da lembrança, arrancou seus marcos e apagou seus rastros" e mais adiante segue concluindo que isto acontece não só porque "o velho foi reduzido à monotonia da repetição", mas devido a uma outra ação, especialmente "daninha e sinistra (...), a história oficial celebrativa cujo triunfalismo é a vitória do vencedor a pisotear a tradição dos vencidos". Ao serem arrancados de seus espaços e terem seu território tradicional descaracterizado e ocupado pelos seus "contrários", na expressão de Rafael Brites, da aldeia Paraguassu, as sociedades indígenas tiverem "arrancados" também seus marcos e apagados muitos rastros de apoio à sua memória histórica. De outra parte, os "novos colonizadores", os que ocuparam o território indígena, utilizaram, amplamente, o argumento de que se tratava de povos atrasados e sem cultura. Bosi (1998: 55, 66- 67) entende que "lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado". E, apoiado em diversos autores (Halbwachs e Bartlett), conclui que nesse "longo e amplo processo (...) `fica´ o que significa", verificando-se a perda do que não é mais significativo.

É este o contexto de vida de parte significativa dos professores indígenas kaiowá/guarani que, embora ainda em processo de formação, hoje já lecionam nas escolas em suas comunidades. Parte deles estudou em escolas fora de suas aldeias e é filho de pais integrantes de Igrejas alienígenas, sendo eles mesmos ativos participantes das mesmas e que residiram e/ou estudaram em escolas situadas fora de sua tradição cultural, preocupados em buscar alternativas de vida também fora de suas comunidades, sendo diuturnamente influenciados e submetidos à leitura do entorno regional sobre o modo de vida de seus antepassados.

O modo de vida tradicional dos Kaiowá/Guarani, sob a ótica do entorno, é certamente não apenas coisa do passado, mas um empecilho para o seu desenvolvimento, entendido como integração no "sistema do branco". Se a "Memória é a vida" como afirmou Pierre Nora (1993: 9), então é fácil compreender porque a memória tradicional foi abandonada e esquecida, pois esta não era mais a vida destes professores.

No entanto, a percepção desses professores, que buscaram um espaço no entorno, abandonando a vida na aldeia, é de que, apesar do estudo, eles não conseguiram superar o preconceito que pesa contra eles pelo fato de serem índios. "(...) ele estuda, estuda, mas sempre ele não é valorizado. (...). Ele não consegue chegar naquilo que ele quer" dizia a professora Cristina, na época, com 19 anos. Outra professora, Fátima da Silva, explicitou que na cidade "(...) você tem que pagar tudo. Já não tem emprego, não tem nada. Tem filho, põe na escola, tem que comprar material". Perceberam que, fora da área indígena, suas chances de emprego são muito remotas, apesar do esforço em deixar para trás o modo de vida de seus antepassados. Voltam-se, então, para dentro de suas comunidades no momento em que se processava a sistemática substituição de funcionários públicos não-índios por índios, especialmente professores e agentes de saúde.

Porém, ao assumirem as funções como professores nas escolas que atendem às suas comunidades de origem, confrontam-se com um outro processo, novo e desafiador, em curso. O novo texto constitucional de 1988, ao afirmar o direito à diferença e definir o papel do Estado não mais como agente promotor da integração dos índios, mas sim de protetor desta diferença, impõe a revisão de todo o processo educacional em curso no interior das áreas indígenas. De uma escola preocupada em preparar a criança indígena para viver fora de sua comunidade, emerge o desafio de uma escola voltada para dentro, ou seja, para a construção de alternativas de futuro a partir e na comunidade. E este desafio põe os professores índios diante de um impasse profundo, pois eles mesmos foram formados em uma escola situada fora da realidade indígena.

Que condições tem este professor de corresponder às expectativas de uma escola indígena, assentada na participação da própria comunidade na definição de seus objetivos, conteúdos e metodologias de ensino e, acima de tudo, superando relações de superioridade e dominação da cultura nacional frente à cultura de seu povo ?. Ou, ainda, que condições tem ele de se posicionar como "interlocutor entre as aspirações da comunidade, as demais sociedades e a escola" (RCNEI, 1998: 43), sem antes superar seu próprio desenraizamento?

OBJETIVOS:

São estes os desafios que subjazem à presente pesquisa, que tem como o objetivo básico investigar o papel e a contribuição que os estudos sistemáticos sobre a história dos Kaiowá e Guarani, especialmente no que se refere aos seus enfrentamentos históricos com o colonizador de ontem e hoje, trazem para o processo de formação do professor indígena, seja na superação do próprio desenraizamento, seja no seu engajamento na construção de uma escola voltada para dentro e a serviço dos interesses de suas comunidades.

JUSTIFICATIVA:

Trabalhando temáticas relacionadas à história regional no contexto de um curso de Habilitação para o Magistério , percebeu-se, primeiramente, o quanto a história/memória dos seus antepassados estava oculta, fragmentada e "esquecida". De outra parte, este estudo da história, a partir dos documentos e especialmente, da memória dos mais velhos, junto com a abordagem antropológica sobre dinâmica cultural, provocou enorme interesse nos professores indígenas.

São ilustrativas as suas avaliações no final deste estudo da história regional, a partir da história guarani, ou mais exatamente o estudo da história regional em sua relação com a história guarani: "a gente estudou uma história. Uma história muito sofrida, uma história muito amarga, uma história muito queimada por parte desta história" referindo-se à história oficial. E seguiu o depoimento do aluno-professor "(...) Isso é muito bom para a gente acordar. O que a gente faz hoje, amanhã vai ser estudado pelo nosso filho e vai se orgulhar por isso". Já outra professora dizia que "a gente tem que explorar mais o conhecimento da nossa história (...). Acho que nós devemos responsabilizar mais com a nossa história". O que foi completado por outro depoimento avaliativo, afirmando que "eu estou começando a criar uma certa responsabilidade com minhas obrigações. (...). É mais uma responsabilidade que eu estou chamando pra mim"

De outra parte, embora a região sul do estado de Mato Grosso do Sul fosse uma região densamente ocupada por populações indígenas, estas não podiam ser admitidas pelo Governo, pelos colonizadores e pelos historiadores como entes de direito, como seres inteligentes ou como sociedades organizadas e aqui já estabelecidas. Por isso, sua presença não foi registrada no decorrer do processo de ocupação regional, considerando-se esta região como um vazio demográfico. Ou então, sua presença só foi registrada quando se opunham à ocupação de seu território tradicional, como consta no livro de Ferreira e Pereira "Maracaju e sua gente" (1988: 111). Após reconhecer que "havia muitas aldeias indígenas espalhadas desde as cabeceiras dos rios Sta Maria e Brilhante até às margens do Rio Paraná", os autores informam que "os índios constituíam ameaça permanente para os fazendeiros que, por diversas vezes tiveram que empregar muita astúcia, e até mesmo o uso de armas de fogo, para rechaçar os seus ataques traiçoeiros e perigosos". E concluíram afirmando que "depois de muita luta e até combates sanguinolentos, teve lugar uma aproximação pacífica dos grupos em litígio". E não se fala mais no destino dos povos indígenas depois desta "aproximação pacífica".

Este projeto de pesquisa situa-se, ainda, no contexto de três outras iniciativas em andamento no âmbito do Programa Kaiowá/Guarani: - o aprofundamento e ampliação das investigações sobre Os Kaiowá/Guarani e sua relação com as frentes de ocupação de seu território tradicional , que gerou um pedido dos professores indígenas, de realizar Oficinas de metodologia de pesquisa em história e antropologia.

O objetivo destas oficinas é habilitá-los a lidar com a pesquisa histórica sistemática, especialmente com as diferentes versões, que marcam a tradição oral; - o projeto de construção de um Museu Indígena, como um novo e privilegiado espaço de informação, questionamento e discussão interna sobre identidade, alianças, características culturais e históricas comuns, mas também sobre as diferenças, bem como de interação entre o passado, a história, a memória e a realidade atual . A construção do Museu Indígena exige pesquisas sistemáticas sobre história e memória indígena. Uma terceira iniciativa em andamento no âmbito do Programa Kaiowá/Guarani e que se relaciona a presente proposta de pesquisa, refere-se à criação de um Centro de Documentação reunindo em microfilmes e, posteriormente, em CD-Room, a documentação primária sobre a história dos índios Kaiowá e Guarani no Mato Grosso do Sul.

METODOLOGIA:

Considerando que a memória não é apenas "substrato passivo, um manancial de sobrevivência vestigiais", segundo Guarinello (1993: 187), mas um princípio ativo e um trabalho, enquanto um permanente re-fazer, na expressão de Chauí (apud Bosi, 1998: 20), ou, ainda, uma ação representativa ou auto-representativa (Guarinello, 1993: 188), que confere unidade no tempo, ênfase maior será dada à pesquisa com técnicas de história oral, tendo em vista o recolhimento e a análise da memória dos mais velhos.

Os depoimentos deverão ser gravados e transcritos, para, posteriormente, serem confrontados com outras fontes de informação histórica (pesquisa documental e bibliográfica). No entanto, o aspecto fundamental a destacar é a participação de professores indígenas em todas as etapas do trabalho, tendo em vista não só a sua habilitação como pesquisadores de sua própria história, mas também a sua inserção nesta mesma história, como participantes e professores.

A pesquisa documental já está em fase adiantada, sendo que arquivos e documentos já estão localizados e em parte já pesquisados.

Hipótese norteadora desta pesquisa

Re-criando a sua história, desbloqueando os caminhos da lembrança, mediante o reencontro com os marcos arrancados e rastros apagados no decorrer do processo de confinamento e busca de inserção no entorno regional, abre-se a perspectiva concreta de superar o desenraizamento imposto pelo mesmo entorno. E, desta forma, reencontrar-se com sua história, entendida como continuidade a ser constantemente recriada. Desta forma, os professores indígenas conseguirão visualizar novas perspectivas de futuro para suas comunidades e ter clareza sobre o papel político da escola na construção deste futuro.

Esse é, certamente, também o caminho para selar um encontro/aliança fundamental entre as perspectivas de futuro desenhadas pelos Kaiowá/Guarani mais velhos que, ao constatar que "as gerações de agora não sabem mais viver", explicitam claramente suas esperanças de bons tempos (araporã, tekoporã) através do passado-presente, que "ainda não acabou totalmente", porque tem ainda os que sabem rezar. "nós os donos da reza ainda vivemos, como se fosse um professor" abre-se a perspectiva concreta de superar o desenraizamento imposto pelo entorno regional e o trabalho desenvolvido pelos professores na escola, que, pela experiência no entorno e pelo estudo realizado, têm melhores condições de compreender os novos desafios vivenciados pelo seu povo e, por isso mesmo, de contribuir na sua superação.

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